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Adestrei-me com o vento e minha festa é a tempestade.



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25/11/2009

POSTAL


Por cima de que jardim

duas pombinhas estão

dizendo uma para outra:

‘Amar, sim ; querer-te, não?


Por cima de que navios

duas gaivotas irão

gritando a ventos opostos:

’Sofres, sim: queixar-me não?’


Em que lugar, em que mármores,

que aves tranqüilas irão

dizer à noite vazia:‘

Morrer, sim; esquecer, não?’


E aquela rosa de cinza

que foi nosso coração

como estará longe, e livre

de toda e qualquer canção!


Cecília Meireles


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