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Adestrei-me com o vento e minha festa é a tempestade.



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25/11/2009

Evidência



Nunca mais cantaremos

com o antigo vigor:

o entusiasmo era inútil,

e desnecessário, o amor.

Nos rostos que mirávamos

derreteu nosso olhar

máscaras tão antigas

que se espantavam de acabar.

Nesse mundo que erguíamos,

deixamos presa a nossa mão.

E os companheiros, nestes muros?

quando os terminam, e onde estão?

puros e tristes ficamos,

puros e tristes e sós.

O coração é vaga nuvem.

E vaga areia, a voz.


Cecilia Meireles


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